Dentro da Clínica da Mente temos um projeto maravilhoso. Chama-se TEAM24 onde prestamos apoio psicológico e psicoterapêutico aos colaboradores dos nossos clientes empresas.
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Nesta fase difícil para as empresas, os nossos serviços são muito necessários e temos prestado um excelente serviço… também não ia agora falar mal de mim…
Hoje, reuni-me com os líderes de uma grande empresa de construção civil. São várias as preocupações que eles têm, mas as mais importantes, neste momento é a gestão da relação com os colaboradores e na forma como devem comunicar esta situação tão grave como a que vivemos de crises… layoff …
Não há soluções milagrosas e o que as empresas devem fazer é ouvir várias opiniões e pontos de vista diferentes e atuar segundo os valores da empresa. Eu, neste caso, não pretendo transmitir a verdade, mas sim mais um ponto de vista para eles ponderarem a melhor decisão.
As três grandes atitudes que defendo na gestão de recursos humanos e principalmente em momento de crise são:
– Honestidade, Equidade e Proteção!
Estas atitudes fazem bem às pessoas… e são fáceis de praticar… aliás, mais fácil do que os líderes pensam… Hoje falamos sobre a honestidade…
Enquanto falava com eles viajei mais uma vez nas minhas memórias… faço isto constantemente para buscar inspiração… isto, dito assim, parece uma grande coisa… mas na realidade todos fazemos isto.
Bem… viajei nas memórias até a um tempo em que eu próprio tive uma empresa de construção civil! Pois … por esta é não estavam à espera… Eu sei… mas a procissão da minha vida ainda vai no adro…
Tinha cerca de 25 anos… vejam que vou sair da fase dos 17 aos 20 anos… e sem perceber nada de construção civil… e nada é nada! Mudar lâmpadas, já era um feito dos grandes… Criei do zero uma empresa de construção civil!
Provavelmente falarei mais sobre este período fantástico da minha experiência empresarial… mas hoje vamos passar muito à frente na história…
Blá, Blá, Blá… e a empresa cresceu muito, tivemos mais de 500 trabalhadores, trabalhámos em mais de 7 países incluindo no Brasil… etc…etc…
Estou sempre a aprender, mas esta fase da minha vida foi uma fase brutal de aprendizagem. Aprendi muito na gestão e organização de recursos humanos… a gerir pessoas. A Construção civil é dura… Aquela malta é da pesada… e eu tinha 25 anos…
A seguir para o que interessa:
O grande problema que tinha era no recrutamento. Por exemplo, um encarregado de uma obra na França ou em Espanha dizia-nos que precisava de 10 pedreiros, normalmente com urgência… e nós recrutávamos essas pessoas… mas claro… tínhamos que confiar na palavra deles quando nos diziam que tinham muita experiência e que eram pedreiros de 1ª… Ora… isso nem sempre era verdade, havia muitas pessoas que não eram tão profissionais assim… mesmo que tivessem muita vontade.
O que acontecia? Chegavam à obra na segunda-feira e o encarregado ligava para o escritório a maldizer de quem tinha contratado tal abécula! Que se aquilo era pedreiro ele seria contabilista, pronto estava o caldo entornado… Tínhamos na obra um homem que nos tinha enganado e que não servia para a profissão. As profissões da construção civil, são muitas vezes mal consideradas… mas digo- -vos… são profissões que exigem muitos conhecimentos técnicos e de grande grau de especialização.
O que faziam os encarregados? Como não os podiam mandar embora, pois estavam longe de casa e sob a nossa responsabilidade… só poderiam vir embora na sexta-feira seguinte… tinham que passar a semana toda na obra… então a estratégia dos encarregados de obra, para que eles não destabilizassem a obra nem os seus colegas era: durante a semana, não lhes diziam nada e na sexta feira quando o trabalho acabava e se preparavam para passar o fim de semana a Portugal, os encarregados diziam: “Faz as malas, que tu ficas em Portugal, para a semana já não voltas”, “depois vais ao escritório e fazes as contas lá!” chiiii… isto dito à frente dos colegas…colegas que sabiam que o homem não era profissional e que nada fazia na obra, mas este despedimento causava muita vergonha ao trabalhador.
Na segunda-feira seguinte esse homem estava no escritório e era o pandemónio… discutia connosco… e diziam sempre estas frases:
“Isto não se faz”; “Trataram-me com um cão”.
Eu ouvia isto e pensava… “como tratar como um cão? Nós deixamos o homem na obra a semana toda, não o chateámos… despedimo-lo porque ele é que nos tinha enganado… vamos pagar os dias trabalhados como combinado… “Não tinha mais nada a fazer… não nos tivesse ele enganado e as coisas seriam diferentes.
… o problema é que se repetiam estas situações e o mau estar dos trabalhadores era o mesmo…
A certa altura, comecei a valorizar o que sentiam… sentiam-se envergonhados pela forma como lhe foi transmitido o despedimento… sentiam-se enganados pelo encarregado que não lhes disse nada sobre o seu trabalho durante a semana e passado uns dias em frente a todos os outros os despedia.
Percebi que a minha organização não estava a ser honesta com as pessoas e com isso frustrava-os e magoava-os.
Decidi então mudar a nossa estratégia. Chamei os encarregados e mudamos a estratégia de ação nestes casos.
Decidimos que sempre que chegasse à obra um trabalhador que nos tivesse enganado, os encarregados falariam com eles e seriam o mais honestos possível, e em particular…nunca na presença de colegas. Iriam apontar todas as deficiências profissionais que eles tinham e informavam que se não melhorassem até sexta-feira teriam que sair da obra… mas o principal é que iriam ter 5 dias onde podiam mostrar o que podiam fazer naquele grupo de trabalho.
Até este momento em cada 20 trabalhadores que contratávamos, 5 estavam nestas situações e eram despedidos na primeira semana… depois de mudarmos a estratégia em cada 20 trabalhadores contratados apenas 1 era despedido. Porquê?… aconteceu um fenómeno super positivo… quando os encarregados os confrontavam em privado… eles confessavam que trabalhavam numa fábrica e que esta tinha fechado e eles tinham a construção civil como uma única oportunidade de emprego, apesar de nunca terem trabalhado na área, ou de terem pouca experiência. Nesta conversa, em que tinham sido humildes com a empresa, o encarregado dizia-lhes que se quisessem continuar na empresa e na obra teriam que ter a categoria de servente… ou de pedreiro de 2ª… a grande maioria aceitava, durante aquela semana demonstrava empenho e ficavam na empresa…
Muitas destas pessoas entravam assim como serventes e passado alguns meses tornavam-se oficiais de 1ª. Eram agradecidos à empresa pela oportunidade.
A partir deste momento a honestidade com os trabalhadores começou a ser fundamental na minha gestão. Nunca perdi com a honestidade. Com a honestidade as pessoas entendem-me. Percebem que não ando a enganá-los nem sequer a humilhá-los.
Hoje digo tudo o que tenho a dizer de uma forma clara e sem medo da honestidade… os líderes têm medo da honestidade porque temem a reação do outro… por isso mentem… escondem… só que mais cedo ou mais tarde… esta atitude cria frustração e revolta!
Quando sou honesto e quando o que tenho a dizer é duro de ouvir… as pessoas ficam mal…mas por pouco tempo…quando eu escondo ou minto, o mau estar fica adiado, mas quando vem… perdura muito tempo e na maioria das vezes não tem como voltar atrás!
Sejam honestos com os outros… com os vossos subordinados… nunca irão perder como perdem se não o forem!
Agora sei isso!
#FiquemEmCasaQueIstoVaiAquecer
Comentários
Cidalia Moreira
?????????
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Susana Casal Duarte
Puxa o Dr.Pedro tem uma grande história de vida! Estou incrédula!Nunca imaginei que tivesse tido tantos negócios!
Quando estava a ler as suas lindas palavras surgiu-me um pensamento!O seu próximo livro deveria se chamar Memórias de uma Vida em Quarentena!..??Que acha?Beijinhos?
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Pedro Brás
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Susana Casal Duarte
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Zezinha Neves
Muito bem! já aprendi alguma coisa com este testemunho. Muito obrigada bjs
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Pedro Brás
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Susana Alves
Uma postura brilhante, pois mesmos não tendo as aptidões necessárias para o trabalho que lhes era proposto, deu sempre oportunidade a estas pessoas de aprenderem e de se tornarem bons profissionais. Top ?
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Pedro Brás
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Gloria Ferreira
Não podíamos esperar outra coisa de ti , sendo filho de quem és, amigos por quem tenho tanto carinho e respeito, só podias ser assim. Mas parece-me que ainda me vou surpreendente com mais profissões vindas de ti ???
PS. já consegui transmitir este vírus das tuas quarentenas a amigos que estão a gostar muito de ler?
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Pedro Brás
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Dinis Cardoso
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Celia Antunes
Dr. Entendo que a sua diversificada formação e conhecimento será uma mais valia para os colaboradores e para os empresários cujo único objetivo é o lucro..contudo face á situação atual outros valores se fazem necessários , mesmo que as correntes teóricas assim o indicassem, agora tem de se passar á prática..humanização e verdade..nunca comunicar de forma simples e assertiva se tornou tão necessário, caso contrário se já estamos ‘ parados” pior ficaremos se a mente não estiver sã, para acompanhar a readaptação necessária…
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Pedro Brás
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Celia Antunes
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Katy Mateus
Como me revejo nas suas palavras Dr. Pedro Brás ?
Tenho uma pequena empresa, não de construção civil, mas na qual se enquadra…
E eu não olho para os meus funcionários como “empregados”, mas sim como colaboradores, colegas de trabalho, se bem que cada um têm as suas funções e damos oportunidade aos que nada sabem, aprender uma profissão, com humildade e devido respeito por cada um.
Respeitamo-nos todos e todos sabemos as nossas funções, e o meu lema sempre foi, e continua a ser:
1° uma empresa não se faz só de patrões
2° – é tão importante um bom operário, como um bom gerente, informático e/ou administrativo
3° o respeito deve ser mútuo
4° não vivemos só de orçamentos, temos que facturar e para isso é necessário a mão de obra…
5° um funcionário satisfeito, trabalha com gosto, afincadamente, dedicação e empenho ?
6° se todos der-mos o nosso melhor, todos saímos recompensados e a #SORRYR
7°…, 8°…
Quem diria que já tinha tido tantas profissões ?
Nada melhor do que começar a subir degrau a degrau, pelos nossos próprios pés, cair e levantar, levantar mais uma vez, se necessário, outra ainda… faz-nos sentir mais realizados e fortalece-nos enquanto seres humanos… damos muito mais valor e sabe muito melhor, do que ter tudo na vida de mão beijada, como se diz na minha terra ?
E é tão bom dormir de bem com a nossa mente e consciência, tranquilas ?
Obrigada pelas suas palavras de apoio e tão benéficas nesta fase em que não sabemos o que nos espera no amanhã, tão próximo ?
#istoestamesmoaaquecer
Grata ❤️??
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Pedro Brás
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Katy Mateus
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Fátima Abreu
A profissão que ninguém quer, poucos respeitam e outros fazem fortunas a pagar ordenados de serventes a trolha de primeira, ?
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Pedro Brás
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Jorge Jesus Fonseca
Grande verdade é pena que muitos não pensem assim para eles só conta o lucro fácil e a honestidade e a lealdade passou ao lado bem haja amigo
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Pedro Brás
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Jm Carduelis
Bons tempos grande abraço amigo
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Pedro Brás
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Manelita Pereira
???
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Ana Paula Aniceto
? sem sombra de duvida…concordo e assino…
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Lia Santos
Um Bom Dia!
Sem dúvida… A honestidade é uma grande Virtude!
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Armando Campos
pois Pedro o q me trm tirado o sono é mesmo o querer ser onesto..porque esse é o meu adn..mas está numa fase trobolenta,mas eide aguentar. .sou com o burro do moleiro quanto mais carga mais posso com ela..Abraço
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Pedro Brás
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Fernanda dos Reis
Grande verdade !! Nada melhor que ser honesto e verdadeiro..
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Pedro Brás
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São Bailote
❤️
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Ana Lúcia Pais
Muito bom…
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Anabela Moreno Monteiro
Todo o trabalho é digno desde que seja honesto e verdadeiro .
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Filomena Costa Freitas
Conheci o Pedro na Clínica da Mente e quando vi o Pedro num dia quente vi um pedaco de mau caminho vestido de fato azul e gravata e pedi logo para se por à vontade sem gravata e casaco.Nāo sei a impressão que no primeiro dia lhe causei.Ė que me senti logo na minha praia e geri logo a situacăo.Eles devem ter pensado se teriam uma camisa de forcas disponível de tal modo me senti logo em casa!Ficou uma grande amizade e uma confianca como se o tivesse conhecido sempre .E ainda por cima é lindo de morrer o que ajuda muito na terapia e seu êxito!E não interessa nada a idade do que o vai consultar.Um ser um “pedaco de mau caminho” como ajuda! Abencoados pais do Pedro que se esmeraram!E como fez efeito a terapia.Depressa eu jâ andava sobre rodas.Aconselho!Um beijão Pedro e soma mais êxitos!
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Pedro Brás
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Filomena Costa Freitas
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Arlete Sampaio
Se fosse assim em todos os empregos, de certeza que éramos mais felizes.
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